segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Josephine Baker, biografia de uma dançarina dos anos 20



Josephine Baker, nome artístico de Freda Josephine McDonald, (Saint Louis, 3 de Junho de 1906 — Paris, 12 de Abril de 1975) foi uma dançarina norte-americana, naturalizada francesa em 1937, e conhecida pelos apelidos de Vénus Negra, Pérola Negra e ainda a Deusa Crioula.
Josephine era filha de Carrie McDonald e Eddie Carson, músico. Teve uma infância pobre, no sul dos Estados Unidos, em Saint Louis, e às vezes dançava nas ruas para ganhar algumas moedas. Como a mãe e a irmã, trabalhou como lavadeira na casa de senhoras malvadas (uma delas chegou a escaldar-lhe as mãos porque tinha gasto muito sabão).
Aos 15 anos, casou-se com William Howard Baker e ganhou o seu sobrenome, mas deixou-o dois anos depois, quando saiu de St. Louis, devido à grande discriminação racial existente na cidade. Aos 19, conseguiu uma vaga num show da Broadway. Achavam que ela fazia muitas caretas e que tinha olhos vesgos. Por sorte, foi seleccionada para participar de "Revue Nègre" em Paris.
Desembarcou na cidade luz no ano de 1925 e na noite de estreia, no Teatro Champs Ellysées, tinha os artistas Léger e Jean Cocteau na plateia. As atracções do show eram os bailados exóticos e os negros zulus. Josephine fazia uma dança selvagem, com as plantas do pé no chão e as pernas arqueadas, a expor os seios e com uma tanga de penas.

Atrevida e sexy, tornou-se estrela no ano seguinte, no Folies Bergères e no Casino de Paris, conquistando a fama logo de seguida. A sua primeira performance foi a famosa dança da banana, em que se apresentava vestida somente com uma tanga feita com as frutas. Ela rapidamente se tornou a favorita da França. Ficou casada algum tempo com Pepito di Abatino.

Além de Baker e Abatino, casou-se com Jean Lion, Joe Bouillon e Robert Brady. A lista de admiradores incluía Georges Simenon, Pablo Picasso, Alexander Calder e outros.

A participação de Josephine na Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial e a sua luta contra o racismo valeu-lhe as duas mais altas condecorações da França, a Cruz de Guerra e a Legião de Honra.

A partir de 1950, começou a adoptar crianças órfãs durante as suas turnês pelo mundo, passando a criá-las no seu castelo, Les Milandes, nas vizinhanças de Paris. Também adoptava animais, de todas as raças. Chegou a passear por Paris com um leopardo (Chiquita) que, de vez em quando, escapava da coleira dentro de um teatro, quando ela insistia em levá-lo para assistir a uma peça.

No final dos anos 60, passou por dificuldades financeiras e parou de dançar em 1968. A princesa Grace do Mónaco ofereceu-lhe uma casa no Principado, quando soube dos seus problemas. Baker apresentou-se então no Mónaco, com grande sucesso, em 1974. No mesmo ano fez apresentações em Nova York. Preparava-se para comemorar, em Paris, os 50 anos de palco, quando entrou em coma e morreu aos 68 anos, no 12 de Abril de 1975. O seu funeral foi em Paris e ela foi enterrada no Mónaco.





SUFRAGISTAS

Millicentt Garret Fawcett



Millicentt Fawcett (1847-1929) liderou as sufragistas modernas que se agruparam na União Nacional de Sociedades de Sufrágio Feminino. Em 1914 esta associação chegou a contar com mais de 100.000 membros e centrava a sua actividade na propaganda política, convocando comícios e campanhas de persuasão seguindo sempre uma estratégia de ordem e legalidade. "Talvez a subtil violência utilizada pelas sufragistas tratasse de diminuir o nosso orgulho de sexo; íamos ensinar ao mundo como conseguir reformas sem violência, sem matar gente nem invadir edifícios, ou sem fazer as outras coisas estúpidas que os homens sempre fizeram quando quiseram alterar as leis (...) Nós queríamos mostrar que podíamos avançar ou conseguir a liberdade humana à qual aspirávamos sem utilizar violência de espécie alguma. Sofremos uma decepção nesta ambição, mas podemos no entanto ter o consolo de a violência registada não ter sido excessiva e que as mais ferozes das sufragistas estão mais preparadas para sofrer do que para causar sofrimento".


Berta Lutz



Berta Maria Júlia Lutz nasceu em São Paulo, em 1894.
Zoóloga de profissão, em 1919 tornou-se secretária do Museu Nacional do Rio de Janeiro. O facto teve grande repercussão, considerando-se que na época o acesso ao funcionalismo público ainda era interdito às mulheres. Mais tarde, tornou-se naturalista na secção de botânica da mesma instituição. Em 1922, representou o Brasil na assembleia geral da Liga das Mulheres Eleitoras, realizada nos Estados Unidos, sendo eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana. De volta ao Brasil, fundou a Federação para o Progresso Feminino, iniciando a luta pelo direito de voto para as mulheres brasileiras. Ainda em 1922, como delegada do Museu Nacional ao Congresso de Educação, garantiu ingresso das meninas no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro.
Sucessora de Leolinda Daltro, fundadora da primeira escola de enfermeiras do Brasil, Berta Lutz organizou o I Congresso Feminista do Brasil. Na Organização Internacional do Trabalho, discutiu problemas relacionados com protecção do trabalho feminino. Em 1929, participou da Conferência Internacional da Mulher, em Berlim. Ao regressar, fundou a União Universitária Feminina. Em 1932, criou a Liga Eleitoral Independente e, no ano seguinte, a União Profissional Feminina e a União das Funcionárias Públicas. Ainda em 1933, bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro e publicou A nacionalidade da mulher casada, na qual defendia os direitos jurídicos da mulher.
Candidata em 1933 a uma vaga na Assembleia Nacional Constituinte de 1934 pelo Partido Autonomista do Distrito Federal, representando a Liga Eleitoral Independente, ligada ao movimento feminista, não conseguiu eleger-se. Contudo, acompanhou as discussões da Constituinte, a convite da deputada paulista Carlota Pereira de Queirós. No pleito de Outubro de 1934, candidatou-se mais uma vez e, perdeu novamente. No entanto, acabou assumindo o mandato em Julho de 1936, devido à morte do titular, deputado Cândido Pessoa. No seu trabalho, lutou pela mudança de legislação trabalhista referente à mulher e ao menor, propôs igualdade salarial, licença de três meses à gestante, redução da jornada de trabalho - então de 13 horas. Permaneceu na Câmara até 1937, ocasião em que o regime do Estado Novo (1937-45) dissolve os órgãos legislativos do país.
Em 1975, Ano Internacional da Mulher, integrou a delegação brasileira à Conferência Mundial da Mulher, realizada no México e patrocinada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Morreu no Rio de Janeiro, em 1976.

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